Os Lugares de Globalização unem a partir do património uma herança comum em torno das rotas dos Descobrimentos, integrando vários sítios em rede e promovendo o intercâmbio cultural entre povos.
Cronologicamente, os Lugares de Globalização correspondem ao segmento temporal que se inicia em 1415 com a ocupação de Ceuta pelos portugueses, que tem um ponto de viragem em 1463, com a deslocalização do centro intermediário do comércio resultante da exploração do litoral africano, quando a Casa de Arguim e da Guiné sai de Lagos para Lisboa, e que termina em 1481, quando finalmente a iniciativa privada é substituída pelo efetivo monopólio régio do comércio ultramarino, criando as condições para que as explorações dos anos 90 do século XV levassem finalmente portugueses e castelhanos a mostrar o Atlântico à Europa e ao mundo.
O Bem Lugares de Globalização – que a RTA, a Direção Regional de Cultura do Algarve e os municípios de Vila do Bispo, Lagos, Aljezur e Silves propuseram à Comissão Nacional da UNESCO – faz parte desde 2016 da lista indicativa de Portugal ao Património Mundial.
Trata-se de uma candidatura que se enquadra no critério de "Paisagem Cultural" (Associativa), integrando elementos patrimoniais mas também a história associada aos lugares, reconhecendo o seu valor universal.
Para além do Algarve, com Sagres e as Terras do Infante, Lagos, Aljezur e Silves, esta candidatura a Património Mundial da Unesco envolve os Açores e a Madeira, Ceuta em Espanha, Alcacér Céguer em Marrocos, Arguim na Mauritânia (1.ª feitoria na costa ocidental Património Mundial) e conta com a participação da Cidade Velha de Cabo Verde (já reconhecida como Património Mundial).